Rute Maria Bevilaqua (2008?)
O dia da invasão do CRUSP foi um desses dias, inesquecíveis na vida de todos nós. Na verdade estávamos esperando pelo pior desde a publicação do AI-5, très ou quatro dias antes. Eu morava no 209-A com a Julia e há dias já dormíamos em colchões no chão, de medo que o CCC voltasse, atirasse da rua e fôssemos atingidas pelas balas, que, acreditávamos, atravessariam facilmente a divisoria fininha da fachada do prédio. Na noite anterior a gente quase não dormiu.